Ó mar anterior a nós, teus medos Tinham coral e praias e arvoredos. Desvendadas a noite e a cerração, As tormentas passadas e o mistério, Abria em flor o Longe, e o Sul sidério 'Splendia sobre as naus da iniciação. Linha severa da longínqua costa - Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta Em árvores onde o Longe nada tinha; Mais perto, abre-se a terra em sons e cores: E, no desembarcar, há aves, flores, Onde era só, de longe a abstracta linha. O sonho é ver as formas invisíveis Da distância imprecisa, e, com sensíveis Movimentos da esp´rança e da vontade, Buscar na linha fria do horizonte A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte - Os beijos merecidos da Verdade. Fonte: Manual Página Seguinte 12º ano, Texto Editores |
" Por mares nunca dantes navegados" " Deus quer, o homem sonha, a obra nasce."
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Poema "Horizonte"
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Este poema de Fernando Pessoa cujo título “Horizonte” relaciona-se não só com a descoberta de mares e terras longínquas e desconhecidas, por parte dos navegadores portugueses, mas também com a vontade de um povo em ir cada vez mais longe, de atingir o infinito. Descreve a visão do mundo novo, um mundo “ideal” até então desconhecido. Associado ao sonho da descoberta da “Verdade” o sujeito poético relembra a necessidade de o homem teer esperança e vontade.
ResponderEliminarMarisa Lopes
No poema denominado "Horizonte", metáfora de toda a procura, o caminho do conhecimento e o espaço ilimitado que os portugueses sonham e tentam alcançar, há invocação ao mar, pois é um espaço por descobrir, o mar é visto como uma porta que se abre para a descoberta do mundo novo daí o mar ser tão importante na história de Portugal e como não podia deixar de ser o “eu” poético refere-o neste verso:" Ó mar anterior a nós, teus medos".
ResponderEliminarNeste poema vemos também a necessidade que os portugueses tinham de vencer o medo, de ir mais além tentar alcançar o horizonte.
Na última estrofe do poema o sujeito poético refere-se ao sonho como sendo ver o invisível, ver para além do que os nossos olhos alcançam, como procurar alcançar o que está mais além, o esforçar-se por chegar mais longe e ainda alcançar, aceder à verdade, sendo que esta conquista constitui prémio de quem por ela se esforça. Ainda na última estrofe há referência a símbolos como a árvore (renovação, vida em evolução), a praia (liberdade, novos horizontes mais amplos), a flor(amor e harmonia), a ave(mundo divino)e a fonte(origem da vida). Pois como está presente no poema “Buscar na linha fria do horizonte” os símbolos já referidos.
Neste poema de Fernando Pessoa, o horizonte é o símbolo do indefinido, do longe, do mistério, do desconhecido, do mundo a descobrir, do objectivo a atingir.
ResponderEliminarEste poema, apresenta o sonho como principal impulsionador da acção dos Descobrimentos. É o sonho que, movido pela esperança e pela vontade, desperta no homem o desejo de conhecer, de procurar a verdade.
Bruna Dias
Agradeço imenso ao blog, foi deveras importante para o meu trabalho de Português, gostava de saber quais são os horizontes na actualidade, por favor.
ResponderEliminarMariana